A JMJ, nas palavras do Papa, foi uma verdadeira lição de paz e de amor condensada em discursos e intervenções ao longo de cinco dias. Já depois da Jornada, Francisco disse mesmo que, em Lisboa, se mostrou que é possível um mundo alternativo à guerra e pediu aos líderes mundiais que escutem a mensagem de fraternidade dos jovens.
E na audiência de quarta-feira continuou, "durante a JMJ voltei a Fátima, ao local da aparição, e juntamente com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: orgulho, mentira, inimizade, violência. O mundo está doente com estas doenças".
Mal sabia o Santo Padre que no sítio onde quase se podia sentir uma empatia e fraternidade palpáveis, tenha também sido um lugar de dor e perseguição para um grupo que apenas tentava ocupar o seu lugar na Igreja de "todos".
É que, soube-se hoje, um grupo de cinco peregrinos da JMJ e membros do Centro Arco-Íris, que promoveu a reflexão sobre os temas LGBT na JMJ, sofreu “insultos, empurrões”, apedrejamentos “e até o roubo das bandeiras que carregavam”, antes de ser escoltado “para uma zona mais segura ainda dentro do recinto da Vigília” de sábado à noite.
Se Francisco tem vontade que os líderes vejam as ações dos jovens na JMJ, urge que os jovens ouçam e sigam os ensinamentos de Francisco. Como disse, ao SAPO24, o peregrino alemão Arne, "a Igreja tem que ser aberta a todas as orientações sexuais, para todos os seres sexuais". Segundo Arne a Igreja deve sê-lo não porque é um sinal dos tempos, mas porque o cristianismo a isso obriga. "Porque toda a gente é amada por Deus, e Jesus ama toda a gente independentemente de quem ama e como ama"