"A liberdade não se escreve sem jornalismo" - Triplov INFO

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quinta-feira, 14 de março de 2024

"A liberdade não se escreve sem jornalismo"



 
 

"A liberdade não se escreve sem jornalismo"

 
 

Edição por  Beatriz Cavaca

Caso ainda não tenha reparado, hoje os jornalistas estão em greve contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho, como pode ser consultado no caderno reivindicativo aqui.

Durante o dia podem esperar-se concentrações em Coimbra, Porto, Ponta Delgada e Lisboa.

Até ao momento sabe-se que já são quatro dezenas de órgãos de comunicação social de todo o país parados a 100%, segundo o sindicato. Existem ainda uma dúzia de outros meios afetados de forma expressiva e a agência Lusa decidiu interromper o serviço.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Luís Simões, espera uma "adesão muito forte" à greve, em protesto contra a precariedade, mas também "um grito de alerta" para apoiar o jornalismo antes que seja "tarde demais".

Mais ainda os "Jornalistas sem papel" subscreveram uma carta aberta, que alerta para os baixos salários e para a precariedade em que vive o setor. A missiva é assinada por 258 jornalistas, de meios como TSF, Lusa, Jornal de Noticias, Rádio Renascença, Sábado, Público, Porto Canal, SIC Notícias, Setenta e Quatro, Diário de Notícias, Expresso, 7Margens, Fumaça, A Voz do Operário, Açoriano Oriental, Antena 1, Renascença, Maisfutebol, Gerador, Correio da Manhã, TVI/CNN e também por vários 'freelancers'.

Segundo o inquérito às condições de vida e trabalho dos jornalistas em Portugal (2023), citado no documento, cerca de um terço do setor recebe, mensalmente, entre 701 e 1.000 euros líquidos, 15% dizem ser alvo de assédio moral e quase metade tem níveis elevados de esgotamento.

Os jornalistas sublinharam ainda que uma redação precária "perde a capacidade de definir o seu critério editorial" e que sem a contratação de mais profissionais, há menos reportagens e investigação. A isto soma-se a "constante exigência de híper produtividade", que desvirtua o jornalismo.

"Baixos salários e precariedade impedem-nos de ter uma vida digna. É tempo de exigir condições justas para fazermos jornalismo de qualidade. Juntamo-nos ao apelo da greve dos jornalistas. Parem connosco", lê-se no documento.

Como forma de assinalar este dia de protesto, a redação do SAPO24 preparou um conjunto de conteúdos alusivos ao momento, nomeadamente, um explicador sobre os apoios e programas que existem disponíveis na Europa.

No site estão ainda disponíveis vários textos de opinião sobre a importância da profissão para diversos setores, entre eles: Direitos das mulheres, Literacia em saúde mental, Cultura e Direitos Humanos.