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quinta-feira, 11 de abril de 2024

As lojas que não queremos perder


Paula Freitas Ferreira Paula Freitas Ferreira
Editora

Nos Guedes aviávamos arroz, óleo e broa de milho. A mercearia havia de ter outro nome, mas lá em casa dizíamos apenas que íamos "aos Guedes": pai, mãe e filhos.

Os mais novos eram ótimos estudantes e ajudavam os pais nos intervalos da escola e durante as férias. O mais velho queria ser engenheiro (e é), a mais nova sonhava com uma carreira de professora, o que não aconteceu.

Nenhum dos irmãos continuou o negócio dos Guedes e a mercearia foi ficando com as prateleiras vazias. Na cadeira da caixa registadora começaram a sentar-se cada vez menos os miúdos que ficaram graúdos e foram à sua vida. A loja acabou por fechar as portas. Tenho muitas saudades dos Guedes e tenho a certeza de que nunca vou encontrar broa de milho tão boa como a da mercearia da minha antiga rua.

Ao ler a reportagem do jornalista Tiago Rodrigues sobre os supermercados Primavera, que é também a história de um negócio de família, consegui perceber a tristeza disfarçada do dono. Rui Manuel Fernandes admite vender o negócio se os filhos não quiserem seguir as suas pisadas. E os portugueses no Luxemburgo ficarão com mais saudades de casa…

De portas fechadas está agora um dos restaurantes com o terraço mais bonito da capital. Após 16 anos no bairro do Grund, o Bosso anunciou o encerramento. Mas já há um novo projeto previsto para o mesmo espaço.

Há mais para ler no Contacto esta quinta-feira. Neste artigo mostramos como o trabalho na construção é mais bem pago nos países vizinhos do Luxemburgo e damos notícia de uma empresa em Colmar que foi evacuada devido a vestígios de radioatividade.

Esta última notícia fez-me lembrar a bela faixa dos alemães Kraftwert. Para ouvir enquanto regressa a casa.

Boas leituras nesta véspera de fim de semana.