PUBLICAÇÃO DO LIVRO HELENA (1925-2025): NOS CEM ANOS DE MARIA HELENA DA ROCHA PEREIRA — HOMENAGEM DO SEU DISCÍPULO ALFREDO PINHEIRO MARQUES
Agora, em 3 de Setembro de 2025, completam-se cem (100) anos do nascimento de Maria Helena da Rocha Pereira (1925-2017), a professora que foi a maior figura de sempre dos Estudos Clássicos em Portugal. A mulher que conseguiu impor-se à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra: a Faculdade que, poucas décadas antes disso, na verdade, ainda se chamava "Faculdade de Teologia", e só entretanto havia mudado de nome.
A grande classicista portuguesa, que havia conseguido a sua formação em Inglaterra, na Universidade de Oxford; e que, depois, veio de lá para, em 1956, ser a primeira mulher doutorada pela Universidade de Coimbra. E que, mais tarde, foi também a primeira mulher que obteve o estatuto de Professora Catedrática nessa mesma Universidade de Coimbra (alcançou isso em 1964, na supracitada Faculdade que se tinha chamado "de Teologia" e que só poucas décadas antes, em 1911, havia sido cosmeticizada e rebaptizada como sendo "de Letras").
Maria Helena da Rocha Pereira — a classicista do Porto, professora em Coimbra — foi não somente uma das maiores figuras da Cultura portuguesa do século XX mas também, liminarmente, uma das grandes figuras, de sempre, e para sempre, da Cultura em Portugal.
Em honra da sua memória o Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR), com sede na Figueira da Foz do Mondego e na Praia de Mira, publica agora o livro HELENA (1925-2025): Nos Cem Anos de Maria Helena da Rocha Pereira, que constitui a homenagem do seu discípulo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Alfredo Pinheiro Marques, e em que se contém não somente um seu texto de síntese sobre a vida e a obra desta professora extraordinária de quem teve a honra e o prazer de ter sido aluno de Cultura Clássica, mas também uma sentida evocação pessoal desta Mestra a quem considera que deveu a possibilidade da sua sobrevivência no interior dessa Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra durante muitos anos, a partir de 1989 (antes de, depois, ter sido nela censurado, definitivamente perseguido, e afastado, quando ela já lá havia deixado de desempenhar funções directivas e docentes, a partir de 1995).
O historiador Alfredo Pinheiro Marques, desde 1988 o autor do próprio Guia de História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa publicado pela Biblioteca Nacional de Portugal — e, depois disso, em 1995, o autor de A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses (o "livro que mudou para sempre a História dos Descobrimentos e a História de Portugal"…) —, é o historiador que, em Portugal, explicou, denunciou, e esclareceu, para sempre, a fraude científica portuguesa, secular (e, hoje, já escandalosamente anedótica), dos "Descobrimentos Portugueses" e suas "Comemorações". E, por isso, desde então, tem sido alvo das censuras, silenciamentos censórios, e perseguições pessoais, profissionais, judiciais e políticas que se encontram em curso contra si, e quase todas elas, por enquanto, ainda, impunes (excepto uma delas, que em 2015 já levou a uma primeira condenação de Portugal no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo). E essas censuras e perseguições, para além das iniciais em 1994 (as da Comissão oficial para as "Comemorações dos Descobrimentos"), tiveram lugar depois também na sua própria Faculdade em Coimbra, desde 1994-1995; e culminaram, por fim, em 2004, com o mais grave episódio de censura científica e historiográfica alguma vez acontecido nessa Universidade de Coimbra: o impedimento da apresentação da sua tese de doutoramento sobre o "Atlas Miller", paralelo ao seu despedimento da carreira universitária e da função pública, aos quarenta e oito (48) anos de idade, ao fim de vinte e dois (22) anos de serviço público (sendo, como ninguém ignorava, considerado o maior especialista mundial da sua área científica, a História da Cartografia dos Descobrimentos Portugueses, e por isso o responsável pelas "Adendas de Actualização" da obra monumental Portugaliae Monumenta Cartographica editada pelo Estado português, etc.).
Da sua passagem pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra o que Alfredo Pinheiro Marques sobretudo recorda — e quer recordar — é a honra, o prazer, e a emoção, de ter sido aluno de Maria Helena da Rocha Pereira.
Além, claro, da recordação, também ela afectuosa e enriquecedora, do seu próprio Mestre na História, o Professor Doutor Salvador Dias Arnaut, o grande historiador medievalista, e decano do Grupo de História, da Faculdade, e da Universidade (de quem foi o único assistente, e que teve como seu orientador científico de doutoramento nessa faculdade).
A homenagem que neste seu livro Alfredo Pinheiro Marques agora presta à Professora Doutora Maria Helena da Rocha Pereira — a maior especialista dos Estudos Clássicos em Portugal, e a mulher que, por isso mesmo, foi quem estudou exemplarmente a influência do Legado Clássico no Livro da Virtuosa Benfeitoria do Infante Dom Pedro — é uma tentativa de, pela sua parte, em alguma medida, saldar a sua dívida de gratidão. E uma ocasião para ter o prazer de rememorar as suas recordações pessoais dos seus contactos com ela.
Este livro HELENA (1925-2025): Nos Cem Anos de Maria Helena da Rocha Pereira, Figueira da Foz do Mondego - Mira - Coimbra: CEMAR, 2025 (Dep. Legal 552853/25 [Portugal], ISBN: 978-972-8289-75-1), ora lançado, antes de 03.09.2025, não se destina a qualquer espécie de venda ou distribuição comercial (nem no mercado livreiro nem na Internet), e será distribuído livremente e gratuitamente, como forma de divulgação cultural e intervenção cívica (passível de ser descarregado, integralmente, em linha, em versão electrónica, no formato PDF).
"HISTÓRIA, MEMÓRIA E EXEMPLO DO PASSADO, PARA LIBERTAÇÃO DO FUTURO"
"(…) Ser ignorante do Passado é como ser uma criança para sempre (…)"… [ Marco Túlio Cícero, 106 a.C - 43 a.C ]
"(…) Não há nada pior para a formação de um bom carácter do que perder tempo a assistir a espectáculos (…)"… [ Lúcio Aeneu Séneca, 4 a.C - 65 d.C ]