Para a escrita de Sem Medo, Teresa Coutinho inspirou-se no livro de Miguel Granja, Simão Sem Medo, e no clássico de José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem Medo. Neste espetáculo, Simone, uma menina corajosa, leva-nos numa viagem pelo seu universo onírico, em busca de alguém que perdeu e do seu lugar no mundo. À semelhança da Alice de Lewis Carroll, Simone também entra pelo espelho adentro, mas em busca da sua avó, numa travessia em que se confronta com a experiência do luto, com a especificidade do outro e com o que são, afinal, a coragem e a valentia. Sem Medo devolve-nos um mundo plural, tendo uma forte componente de vídeo, o que permite expandir os limites do espaço físico e assim conduzir-nos por muitos dos lugares visitados pela personagem e pelos obstáculos com que se depara na sua "jornada de heroína". A coragem contagiante de uma criança mede-se pela sua abertura ao desconhecido, lembrando-nos de que "não ter medo é ser capaz de ouvir e reconhecer o outro". |