Ator e encenador nascido em Moçambique, formado em Portugal e a trabalhar em Paris desde 1994, Victor de Oliveira adapta para a cena As Areias do Imperador, a "trilogia moçambicana" do escritor Mia Couto. O imperador a que o título alude é Ngungunyane, que governou toda a metade sul de Moçambique no final do século XIX, reduto de combate político ao poder colonial português. Ao leme de uma equipa sem fronteiras, composta por atores e criativos moçambicanos, portugueses e franceses, Victor de Oliveira levanta um universo para onde convergem o real e o imaginário, factos e ficções. O passado não é aqui um tempo enterrado no cemitério da História. É uma raiz viva e plural, isto porque as memórias e os esquecimentos são múltiplos, sejam eles contados pelos vencedores ou pelos vencidos. No coração de As Areias do Imperador vamos encontrar Imani Tsembe, uma jovem moçambicana, e Germano de Melo, um sargento português. Duas vozes e dois destinos unidos numa itinerância caótica e aventureira. |