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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Caminhando...

Queridos amigos,

Hoje estou lançando um novo projeto. Chama-se Caminhando - 365 Dias em 50 Anos. Trata-se de um ensaio fotográfico, um livro, um texto, uma composição musical e um filme com aquelas imagens. São 365 fotografias que fiz ao longo de cinquenta anos (1972-2022), em cerca de cem cidades, florestas, montanhas, lagos, rios, mares e lugares em vinte países: na Europa, nas Américas do Sul e do Norte, no Médio Oriente, na África, e na Ásia.

Poderíamos dizer que se trata de uma observação sobre a transformação do mundo e do olhar o mundo, sobre a transformação exterior e do Eu interior, da mente.

É também uma reflexão.

Caminhar não significa se deslocar de um lado ao outro. É um exercício de reflexão, de observação e análise, de introspecção. É movimento que permite o autoconhecimento, a consciência do mundo e que, portanto, dá-nos a possibilidade de nos livrarmos das "ideias feitas" - como dizia Flaubert. Dessa forma, caminhar é algo intimamente ligado à liberdade.

Caminhar é, ainda, algo que foi uma base fundamental da Escola de Aristóteles há quase dois mil e quatrocentos anos e que, enquanto reflexão através do movimento, não apenas criou muito da civilização Ocidental como, em certo sentido, a distingue do Oriente.

Esse é o signo por excelência do Observatório para o Futuro da Humanidade, parte do Projeto Hera, e também do meu projeto sobre a liberdade.

Ele é feito em memória de duas queridas tias minhas. Aurora, que foi a melhor amiga da minha avó, que em 1908, ao completar dezoito anos, foi até ao Estreito de Bering (próximo do Polo Norte, Marco Polo referia a ele) para admirar o lugar onde, na pré-história, populações asiáticas migrariam para constituir boa parte dos povos indígenas nas Américas. Ela morreu aos cem anos em 1990. Por sua vez, Nina, que era filósofa, aluna de Lévi-Strauss e de Fernand Braudel, pianista e tradutora. Tal como Aurora, vivia viajando. Quando completou 95 anos de idade, foi sozinha ao deserto de Atacama, no Chile. Não queria incomodar ninguém e lá estaria mais próxima das estrelas para celebrar o seu aniversário em silêncio. Morreu em 2020, aos 105 anos.

O livro - em três edições independentes, em português, em inglês e outra em italiano - está distribuído internacionalmente pela Amazon.

No site (em cinco línguas) www.asa-art.com/walk há links para o texto, para o filme e a música.

O filme e a música podem ser acessados em

https://www.youtube.com/watch?v=WqkrKDxjTtg

A composição musical é inteiramente feita com sons de passos ao caminhar.

Tudo de bom a todos,


Emanuel

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