O bacalhau está mais caro, mas portugueses não desistem de o ter na mesa de Natal
Editado por Beatriz Cavaca
Se existe símbolo da consoada portuguesa é o bacalhau. Este ano, apesar de significativamente mais caro, não deixa de fazer parte das mesas nacionais.
As vendas de bacalhau salgado seco na grande distribuição tiveram uma quebra de 20% em 2023, porém o Natal continua a levar as pessoas às lojas para comprar este peixe tradicional, segundo os industriais.
"As quebras, durante o ano, rondaram no bacalhau salgado seco, na grande distribuição, os 20%. Esperamos, contudo, que no final do ano, esta quebra se atenue. No entanto, acreditamos em quebras de vendas anuais em Portugal, em quantidade, acima dos 10%", antecipou Associação dos Industriais do bacalhau (AIB), que representa mais de 80% da produção industrial de bacalhau em Portugal, em resposta à Lusa.
Espera-se que nem todas as famílias consigam comprar bacalhau e as vendas devem ser inferiores a 2022, face ao aumento do preço e à diminuição do poder de compra. Mas mesmo com menor qualidade ninguém parece querer abdicar do bacalhau.
Em 2024, o preço do bacalhau não deverá baixar devido à menor quantidade disponível e aos custos de produção, provavelmente superiores aos verificados em 2023.
"Em outubro deste ano, a comissão mista de pesca Norueguesa-Russa concordou que as quotas de bacalhau para 2024 nos mares de Barents e da Noruega totalizassem 453.427 toneladas. Representa uma queda de 20% em relação às quantidades deste ano, que novamente caíram 20% em relação às capturas acordadas para 2022", apontou, a AIB.
Com menos quantidade disponível, "muito provavelmente", o custo da matéria-prima vai disparar e será igualmente pressionado pelo agravamento dos custos dos restantes fatores de produção.
Perante este cenário, "não se esperam alterações em baixa do custo da matéria-prima, pelo que o bacalhau não deverá ficar mais barato para o consumidor final em 2024", sublinhou.
*com Lusa