Lenda dos Sete Cavaleiros de Tavira - Triplov INFO

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Lenda dos Sete Cavaleiros de Tavira




Afirma-se que, durante uma trégua entre cristãos e mouros, seis cavaleiros cristãos foram caçar no sítio das antas, perto de Tavira, vindo a ser assassinados pelos mouros. Os seus nomes eram D. Pedro Pires (Peres ou Rodrigues, comendador da Ordem de Santiago de Castela), Mem do Vale, Durão (ou Damião) Vaz, Álvoro (Álvaro) Garcia (ou Garcia Estevam), Estêvão (Estevam) Vaz (Vasques), Beltrão de Caia e mais um mercador judeu de nome Garcia Roiz (ou Rodrigues).
             O autor Cristóvão Rodrigues Acenheiro dá os nomes desses seis cavaleiros como sendo: D. Pedro Paes, Men do Valle, Duram Vaz, Alvaro Garcia, Estevam Vaz e Boceiro de Coja. Em represália por essas mortes, configurando o rompimento da trégua, é que os cristãos teriam promovido a conquista de Tavira.
 
            Um outro episódio, também lendário, refere esta primitiva lenda: à época de Afonso IV de Portugal (1325-1357), por volta de 1328, Afonso XI de Castela impôs cerco a Tavira. Nessa ocasião, as forças castelhanas "…tendo assentado arraial na Igreja de São Francisco. Num Sábado de madrugada e quando escolhia o melhor sítio pra assaltar as muralhas, viu sobre a igreja de Santa Maria 7 enormes vultos com bandeiras nas mãos, e nelas as armas do apóstolo Santiago. Espantado, chamou os conselheiros que lhe disseram ser esses vultos os sete cavaleiros que morreram a quando da conquista de Tavira aos mouros, e que eram os guardiões da cidade. O rei ao saber isto e por devoção aos cavaleiros mártires, logo se tornou para o seu reino sem fazer mal algum em Portugal." (Frei João de São José).

Na capela-mor, do lado da Epístola, encontra-se uma inscrição lapidar correspondente ao túmulo dos "sete cavaleiros mártires de Tavira". Segundo a lenda, estes últimos foram mortos de forma traiçoeira pouco antes da conquista de Tavira aos mouros em 1242.


(Os Mártires de Tavira são objeto de uma devoção popular de Tavira que remonta ao século XIV, mas que nunca recebeu confirmação apostólica. A veneração era dirigida a um conjunto de um comendador-mor, 5 freires-cavaleiro de Santiago e um mercador que, segundo a chamada Crónica da Conquista do Algarve, morreram às mãos da populaça de Tavira quando ainda cidade estava ainda sob domínio muçulmano. Segundo a mesma fonte, este martírio está na origem da conquista de Tavira.

No dia 9 de Julho de 1242, no Campo das Antas entre Faro e Tavira, teria ocorrido o martírio. As circunstâncias do acontecimento são mal conhecidas. Segundo a chamada Crónica da Conquista do Algarve, o episódio teve lugar quando Cacela era a única testa-de-ponte cristã no Algarve e estava ocupada por Paio Peres Correia e pelos seus freires-cavaleiros da Ordem Militar de Santiago. Após o falhanço das tentativas muçulmanas de expulsar os cristãos do Algarve, os dois lados acordaram uma trégua com os mouros. Nessa altura, o comendador-mor Pedro Peres pediu licença a Paio Peres, chamado Mestre neste texto, para ir caçar com falcões com cinco dos seus freires cavaleiros num campo a poente de Tavira chamado Antas. A populaça muçulmana indignou-se com o facto de os cristãos terem tomado o caminho mais curto e surpreendem os santiaguistas nas Antas. Um mercador, Garcia Rodrigues, que por ali passava ao ver os cavaleiros cercados junta-se a eles e com eles encontra o martírio. Ao saber deste acontecimento, Paio Peres Correia acorre desde Cacela com a maior parte da sua hoste e tenta, sem sucesso, evitar o massacre.

Os nomes dos mártires tal como apresentados na Crónica de Portugal de 1419 são o comendador-mor Pedro (ou Rui) Pires , Bolero de Coya, Durão Vaz, Álvaro Garcia, Estevão Vaz, Martinho do Vale e o mercador Garcia Rodrigues.)