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quarta-feira, 15 de maio de 2024

O elixir da vida longa



Paula Freitas Ferreira
Paula Freitas Ferreira
Editora

A minha avó morreu com 103 anos. E mais não viveu porque um dia decidiu que já chegava, fechou os olhos e partiu, tranquilamente como sempre viveu. Sempre me questionei sobre qual seria o segredo para ter vivido tantos anos.

Teria sido a sua forma de olhar os dias, sem grandes lamentos ou altercações? As luvas brancas que usava para sair à rua, a sombrinha com que tapava o sol do rosto, os livros que devorava, os debates políticos que acompanhava com fervor? Não sei, mas algo a fez sobreviver a guerras e tempestades.

Talvez tenha sido o champanhe que bebia apenas em duas ocasiões: no Natal e no réveillon. Colocava uma colher pequenina no gargalo "para não deixar sair" o gás e a garrafa aguentava-se no frigorífico durante essa última semana de cada ano.

Ao ler a história da portuguesa que hoje celebra 97 anos no Luxemburgo, lembrei da Adelaide, a minha avó. A nonagenária acredita que o segredo para uma longa vida é beber um copo de vinho rosé todos os dias. E ambas casaram com um Francisco. Branquinha só a conheci neste belo artigo do jornalista Tiago Rodrigues. Da Adelaide tenho saudades infinitas.

Saudades é o que resta à família de Márcio Rodrigues que há um ano as remói sem direito a uma campa em Portugal onde depositar flores e lágrimas. A mãe do emigrante português que foi encontrado morto no Grão-Ducado promete lutar para encontrar as respostas a estas duas perguntas: saber como morreu Márcio e porque não contactaram a família antes de o enterrarem.

Esperemos que as autoridades do Luxemburgo respondam claramente a estas dúvidas e que não tenham errado "à grande e à francesa" em todo o processo.

É sobre erros e aprender com eles (ou não) que nos fala o cronista Paulo Farinha esta quarta-feira.

Em dia de celebrar os 97 anos de Branquinha, continuamos todos à procura do Elixir da Eterna Juventude, a canção de hoje.

Boas leituras!