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quinta-feira, 16 de maio de 2024

O que nos contam os esqueletos

Paula Freitas FerreiraPaula Freitas Ferreira
Editora

Um osso curado. Para a antropóloga pioneira Margaret Meadé este era o primeiro vestígio de civilização humana. Explicou que um fémur com 15 mil anos tinha sido encontrado numa escavação arqueológica e que o osso estava partido, mas tinha cicatrizado.

"É um dos maiores ossos do corpo humano (liga a anca ao joelho) e demora seis semanas a curar. Alguém tinha cuidado daquela pessoa. Abrigou-a e alimentou-a. Protegeu-a, ao invés de a abandonar à sua sorte".

Em 2008, ossadas descobertas por arqueólogos no sul de Espanha voltaram a contar uma história de amor e cuidado: os esqueletos foram encontrados abraçados e correspondem a um homem ou a uma mulher de 30 ou 40 anos e a uma criança de 12 anos.

Terão sido colocados propositadamente próximos depois da sua morte. Desconhece-se se serão pai e filha ou mãe e filha, mas algo os unia e quem os enterrou não quis desfazer esse laço.

Talvez os esqueletos que foram encontrados no Grund, esta semana, possam contar outras histórias. Anda é cedo para o dizer. O que se sabe é que não se esperava encontrar tantos naquela zona. Uma das teorias é que se trata de pessoas que estiveram no Hospício St. Jean. Fica a promessa que serão "tratados com dignidade".

Honrar os mortos, mas cuidar dos vivos. Sabe-se que há cada vez mais casos de violência doméstica, física ou mental, nas comunidades emigrantes portuguesas. O governo português anunciou ontem que é possível pedir ajuda à embaixada.

De Portugal, uma notícia triste. Uma criança nepalesa de nove anos foi linchada por um grupo de colegas de escola. E se fosse o seu filho?

É preciso mais amor e empatia, neste tempo em que o ódio anda à solta na Europa.

Esta é a canção de quinta-feira.

Boas leituras!