Ciclo Goethite Fáustica, no Teatro Taborda - Triplov INFO

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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Ciclo Goethite Fáustica, no Teatro Taborda


Divulgamos hoje o CICLO GOETHITE FÁUSTICA que irá decorrer, nos dias 18 de novembro, segunda-feira, das 18h00 às 20h, e no dia 25 de novembro, das 18h00 às 21h00, no Teatro Taborda, em Lisboa.
Entrada é livre.

Coordenado por Cláudia Madeira, este programa de debates nasce de uma parceria entre o Teatro da Garagem e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, com o objetivo de ampliar e enquadrar a peça ´Fausto` de Goethe que irá estrear no dia 28 de novembro de 2024 (113ª criação do Teatro da Garagem, dias 28, 29, 30, 31 de novembro e 1 de dezembro)
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Entre a Filosofia e o Cinema teremos como referência para analisar este último mito da Humanidade uma pedra mineral de nome Goethite, em homenagem ao poeta e polímata ("aquele que sabe muitas coisas") Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832). Estas conversas são pontes para a leitura da peça teatral e para os nossos questionamentos sobre a nossa vida de todos os dias na atualidade.

CICLO GOETHITE FÁUSTICA
ENTRADA LIVRE

18 de Novembro, 18h-20h
Os Faustos na filosofia: dúvida, desejo, desespero e negação
Bartholomew Ryan


A história e a figura de Fausto não só inspiraram a criação de muitas grandes peças, poemas e romances da literatura moderna, mas também, embora de forma mais implícita, de importantes obras na filosofia moderna. Fausto foi chamado "personificação da dúvida" e Mefistófeles "o espírito que sempre nega". Através do mito de Fausto na filosofia, podemos compreender e enfrentar melhor alguns estados interpenetrantes e mutáveis da realidade contemporânea, como a dúvida, o desejo, o desespero e a negação.

25 de Novembro, 18h-21h
Dos estudos de Goethe aos esboços de Murnau: notas sobre materialismos em Fausto (1926)
Pedro Florêncio


Esta sessão terá como caso de estudo o filme Fausto (1926), de F. W. Murnau, do qual veremos três breves excertos acompanhados de comentários sobre os conceitos de "estudo" e "esboço" enquanto subgéneros menores da história da arte. Argumentar-se-á que as obras de J. W. von Goethe e F. W. Murnau estão na base de uma proposta estética em que a filosofia romântica e a modernidade artística se consubstanciam, deixando-nos pistas para a pensar o cruzamento entre arte e ciência nos dias de hoje.

Cláudia Madeira
Professora Associada com Agregação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Vice-coordenadora do grupo de investigação Performance & Cognição do ICNOVA NOVA FCSH e investigadora do grupo Teatro e Imagem do Centro de Estudos de Teatro da FLUL. Realizou o pós-doutoramento intitulado Arte Social. Arte Performativa? (2009-2012) e o doutoramento em Sociologia sobre Hibridismo nas Artes Performativas em Portugal (2007) no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É autora dos livros Performance Art in Portugal (Routledge 2023), Arte da Performance Made In Portugal (ICNOVA 2020), Híbrido. Do Mito ao Paradigma Invasor? (Mundos Sociais, 2010) e Novos Notáveis: Os Programadores Culturais (Celta, 2002), entre outros. Escreveu vários artigos sobre novas formas de hibridismo e performatividade nas artes. Leciona na licenciatura e mestrados de Artes Cénicas e Comunicação e Artes do Departamento de Ciências da Comunicação na NOVA/FCSH. Desde 2017 tem vindo a desenvolver trabalho de dramaturgia em colaboração com o Teatro da Garagem O Canto do Papão Lusitano (a partir de Peter Weiss, Lisboa e Bragança 2017); Teatro de um Homem (L)ido (a partir do livro de E.M. de Melo e Castro, Lisboa e São Paulo, 2018); Outra Tempestade (a partir de Shakespeare e Césaire Lisboa e Cabo Verde, 2023), Fausto (a partir de Goethe, Lisboa, 2024). Recentemente participou nas conferências-performance com dramaturgia coletiva: Tempestade Real (Florianópoles, Agosto 2024) e Crazy Kales (Barcelona, Novembro 2024).

Bartholomew Ryan
Investigador de Filosofia no Instituto de Filosofia da NOVA (IFILNOVA) da Universidade NOVA de Lisboa, e professor convidado no Departamento de Filosofia da FCSH onde leciona um curso de mestrado sobre 'Arte e Experiência'. É coordenador do Grupo de Investigação "Formas de Vida e Práticas da Filosofia", e foi coordenador do CultureLab no IFILNOVA de 2017 a 2022. É membro do "Grupo de Investigação em Filosofia e Literatura" e do "Grupo de Estudos sobre Nietzsche". É ainda membro da equipa de investigação do Projecto Exploratório "Mapping Philosophy as a Way of Life: An Ancient Model, a Contemporary Approach", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Foi docente no Bard College Berlin (2007-2011), e lecionou também em universidades no Brasil, bem como em Oxford, Croácia, Aarhus, Dublin e Bishkek.

Pedro Florêncio
Licenciado em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, mestre em Cinema e Televisão pela NOVA FCSH, doutorado em Artes Performativas da Imagem e Movimento pela Universidade de Lisboa. Realizou, entre outros, os filmes À Tarde (2017), Turno do Dia (2019) e Nocturna (2023). Publicou, em 2020, o livro "Esculpindo o Espaço – O cinema de Frederick Wiseman", entre outras publicações dispersas sobre cinema. É docente na NOVA FCSH.


  

 
FAUSTO

Não perca a 113ª criação do Teatro da Garagem, Fausto, nos dias 28, 29, 30 de novembro e no dia 1 de dezembro.
Quinta-feira às 19h30, sexta-feira e sábado, às 21h e no domingo às 16h30, no Teatro Taborda.

Fausto: o progresso que nos explode nas mãos
Sinopse de Carlos J. Pessoa

Johann Wolfgang Von Goethe trabalhou 60 anos da sua vida na obra Fausto. O que é que leva uma pessoa a dedicar 60 anos da sua vida a uma tarefa? Que queria Goethe com este projecto desmesurado? Salvar a humanidade do seu destino inexorável, trágico, fatídico; repleto de interjeições, mistérios, sobressaltos? Que absoluto busca Goethe? Que podemos aprender com ele?
Muita coisa: o deslumbramento do mundo, da sua multiplicidade, da sua riqueza; de macro a micro e vice-versa; da inelutável fertilidade que contrapõe ao fim o início, como se a morte estivesse colada à acção e ao desejo; como se (re)nascêssemos dessa guerra de Tróia revisitada: matar o adversário é possuí-lo , é amá-lo e conhecê-lo, é comê-lo para o homenagear e para garantir a posse das suas qualidades.
Viveremos sempre da aniquilação, subjugação, colonização de um outro?
É uma ideia insuportável e ainda assim, continuamos; Goethe continuaria mais 60 anos se o pudesse.
E por fim, a revelação.
A de não restar outra possibilidade que a do progresso nos explodir nas mãos, como dispositivos armadilhados: pagers, telemóveis, walkie-talkies, painéis solares; crashes vários, num complô de explosões simultâneas, que nos reduz à ínfima condição de gente nua e assustada, tal e qual a serie televisiva de grande sucesso, só que sem espectadores, nem cenário exótico, já que estamos todos nus e assustados.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Texto: Johann Wolfgang Von Goethe
Encenação: Carlos J. Pessoa
Dramaturgia: Cláudia Madeira
Cenografia: Herlandson Duarte
Figurinista: Miss Suzie
Operação de som e video: Jorge Oliveira
Interpretação: André Pardal, Ana Lúcia Palminha, Nidia Cardoso
Fotografia e vídeo: Vitorino Coragem
Design: Sara Kurash
Comunicação: José Grilo

Direção de Produção: Raquel Matos
Produção Executiva: Luis Puto e Rita Soares
Produção: Teatro da Garagem
Apoio: Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior
Financiamento: Direção-Geral das Artes, Governo de Portugal | Ministério da Cultura

Mais informações:
218 854 190 | 924 213 570
producao@teatrodagaragem.com
BILHETES AQUI