Órgão a solo, música coral, música de câmara (com voz, violino e trompete) e órgão positivo com orquestra barroca são algumas das propostas da 17ª edição do Festival Internacional de Órgão do Algarve, que decorre entre 1 e 30 de Novembro, e contará com dois novos órgãos, em Lagoa e Lagos.
Restaurado e inaugurado em 2023, o órgão de Lagoa só deu um espetáculo até agora. Já o de Lagos é ainda mais recente.
Patrícia Neto Martins, da Associação Cultural Música XXI, confessou ao Sul Informação que o Festival tem contribuído para que se invista no restauro destes instrumentos.
«Isso já aconteceu em Tavira e em Portimão. É bom deixar essa vontade. Quer nas igrejas, de quem partem estas iniciativas de restauro, tentando depois arranjar financiamento, quer dos próprios municípios», salientou.
Durante o mês de Novembro, haverá 17 apresentações, três masterclasses, uma visita ao interior dos órgãos e um concurso de fotografia, tudo inserido neste Festival cuja abertura está marcada para dia 1, na Igreja Matriz de Portimão, às 21h00, com o organista Gregório Gomes e o Coral Adágio.
Patrícia Neto Martins – Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação (arquivo)
A 17 de Novembro, na Igreja da Sé, em Faro, as crianças voltam a ser o público alvo. Com o objetivo de «formar públicos», a organização continua a apostar neste concerto para as escolas do concelho de Faro.
«Temos tido na ordem das 300 crianças ali, numa manhã, o que é bastante importante», salientou Patrícia Neto Martins.
Já instituído na região, o Festival Internacional de Órgão do Algarve junta, todos os anos, muito público, nacional e estrangeiro. «Sabemos que há pessoas que visitam o Algarve nesta altura devido ao festival, porque todos os anos nos perguntam se vai ser no mesmo mês», diz a organizadora.
Os concertos nas igrejas são de entrada livre e não precisam de reserva. Já as masterclasses e a visita ao interior dos órgãos carecem de inscrição através do contacto 916782780 ou e-mail musicaxxi@gmail.com.
O Festival Internacional de Órgão do Algarve 2024 conta com os apoios da CCDR Algarve – Unidade de Cultura, dos Municípios de Faro, Loulé, Portimão, Tavira, Lagoa e Lagos e da União de Freguesias de Faro, da Diocese do Algarve, Cabido da Sé de Faro, Ordem do Carmo de Faro, Paróquias de Portimão, Boliqueime, Loulé, Tavira, Lagoa e Lagos, e Santa Casa da Misericórdia de Tavira.
O livro do Festival pode ainda ser consultado aqui.
Concerto na Igreja de Portimão, com o Coral Adágio, abre o festival
Como já é quase tradição, o concerto de abertura do Festival de Órgão do Algarve, a 1 de Novembro, às 21h00, tem como palco a Igreja Matriz de Portimão, contando com o contributo do Coral Adágio.
O organista Gregório Gomes, acompanhado pelas vozes do Coral Adágio dirigido por António Alves, revelará as caraterísticas do órgão de tubos instalado em 1886 na Igreja Matriz de Portimão por Henry Fincham, interpretando em seguida peças musicais de Scarlatti, Mozart e Bach, entre outros compositores.
Na manhã do dia seguinte, 2 de novembro, também em Portimão, Gregório Gomes apresentará uma masterclasse dirigida a professores e alunos de instrumentos de tecla e de música antiga, estudiosos do património e outros interessados, que poderão inscrever-se ou solicitar informações complementares pelos seguintes contactos: telefone 282 426 290 / telemóvel 966 642 279 / email geral@amportimao.pt
A 8 de novembro, a Igreja Matriz de Portimão volta a receber um concerto, desta vez para órgão e canto, com Marco Brescia e Rosana Orsini, que interpretarão obras de elevado virtuosismo para voz soprano, com destaque para os compositores Bellini, Donizetti e Rossini.
Quem são os convidados?
Gregório Gomes é licenciado em Cravo pela Universidade do Minho e completou o mestrado em Órgão – Performance na Universidade de Aveiro. Desde 2017, é organista na Sé Catedral do Porto.
Realiza concertos regularmente, como solista e acompanhador, em vários festivais internacionais.
Marco Brescia é mestre em Música Antiga/Órgão Histórico (ESMUC/UAB) e doutorado em Musicologia Histórica (Universidades Paris IV–Sorbonne/NOVA de Lisboa). Apresenta-se regularmente nas mais prestigiadas salas e festivais internacionais de música na Europa, Brasil, Peru e Panamá.
Hélder Sousa desenvolve a sua atividade artística quer a solo, quer em ensembles de música antiga. Como intérprete e investigador, tem participado em vários projetos artísticos e de investigação, com foco na música portuguesa para tecla do século XVII.
André Ferreira é licenciado em Órgão pelo Conservatório de Amesterdão. Concluiu os mestrados em performance e em ensino de música da Escola Superior de Música de Lisboa. Como solista ou integrado em agrupamentos musicais, já efetuou diversos recitais em Portugal e no estrangeiro.
Tiago Ferreira é licenciado em Música Sacra pela Universidade Católica Portuguesa. Frequentou os Mestrados em Órgão-performance e em Música Sacra Católica na Escola Superior de Música de Colónia – Alemanha. É, desde 2001, organista da Igreja da Lapa – Porto.
Rute Magalhães é licenciada em Pedagogia Musical, vertente órgão, na Universidade Católica Portuguesa. Em 2010, concluiu o mestrado em ensino da Música, na mesma instituição. Tem-se apresentado a solo, em grupos de música de câmara e participado em diferentes projetos orquestrais.
Jorge Silva foi admitido no Conservatório de Amesterdão, onde concluiu a licenciatura e o mestrado,nem 2021 e 2023. Participou em diversas masterclasses com organistas de renome internacional. É organista litúrgico em igrejas nos Países Baixos.
Loriane Llorca concluiu um mestrado em Órgão e um mestrado em Baixo Contínuo no Conservatoire National Supérieur de Musique et Danse de Paris. Aperfeiçoou-se no Conservatório Real de Amesterdão e licenciou-se em Musicologia pela Sorbonne. Dá numerosos concertos como solista e em diversas formações, em França e no estrangeiro.
Javier Artigas realizou os estudos de órgão e cravo em Saragoça. Dá concertos na Europa, Ásia e América nos mais importantes festivais dedicados ao órgão e à Música Antiga, como solista e como membro de grupos de câmara. É reconhecido internacionalmente como especialista em música histórica para teclado espanhola.
O Grupo Coral Adágio nasceu em Portimão, em setembro de 1989, e conta com cerca de 30 elementos. O principal objetivo tem sido a divulgação da música coral de qualidade, através de um repertório variado que inclui peças da Renascença à atualidade, da polifonia sacra aos espirituais negros, passando pela música popular, portuguesa e de outros países. Do seu percurso destacam-se digressões internacionais, atuações em programas de rádio e televisão e concertos com orquestra. Gravou em 2008 o seu primeiro CD exclusivo, (L)atitudeS. Em 2018, o Grupo Coral Adágio criou a Academia de Música de Portimão.
António Alves terminou o Curso Geral de Piano no Conservatório do Algarve e a Licenciatura em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa. Completou o Mestrado em História Regional e Local (Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa), com tese sobre "A Sé de Faro – Homens e Ação Musical (1716/1738)". A sua formação inicial e contínua inclui vários cursos e estágios na área da direção coral, da composição e das ciências musicais. Na qualidade de diretor artístico do Grupo Coral Adágio, tem realizando um trabalho pessoal de pesquisa, composição e harmonização.
Rosana Orsini é graduada em Canto Lírico pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Canto Lírico pela Manhattan School of Music de Nova York, pós-graduada em Interpretação Vocal Lírica pela Royal Academy of Music de Londres e doutorada em História e Musicologia pelas universidades Paris IV-Sorbonne e NOVA de Lisboa, respetivamente. Encarnou vários papéis operáticos. Como soprano solista, atuou à frente de várias formações orquestrais no Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, República Checa e Panamá, sempre nos mais prestigiados teatros, festivais de música e ciclos internacionais de concerto.
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