São oficiais e sargentos, técnicos e soldados. Quase 20 por cento dos homens e mulheres que incorporam as Forças Armadas do Luxemburgo têm ascendência portuguesa. Histórias de quatro militares que defendem um país sem por isso abdicarem do amor a outro.
Entrar na tropa serve, entre muitas outras coisas, para contrariar as expetativas. Diana Rodrigues, 28 anos, sabe bem do que fala. "Quando entrei nas Forças Armadas, há nove anos, ninguém esperava que eu o fizesse", conta agora na Caserna Grão-Duque Jean, o quartel do Exército luxemburguês em Diekirch. "Era franzina, tinha carinha de Barbie, e muita gente julgou-me pela aparência. Os meus amigos diziam que eu era demasiado feminina para ser soldado. Ainda há preconceito quando uma mulher vai para o Exército", atira.
Dos 1.135 elementos que compõem o pessoal militar do Luxemburgo, apenas 12 por cento são mulheres. Mas há outro número que salta à vista: 19,8 por cento têm ascendência portuguesa. São 225, em bom rigor. Três oficiais, dez sargentos,11 cabos, 162 soldados, 31 civis ligados à estrutura militar e oito funcionários externos. Ou seja, um em cada cinco expressa-se na língua de Camões.
Mas o bichinho sempre tinha estado lá. Culpa paterna, em grande medida. "Nos jantares de família, o meu pai dizia sempre que os anos de tropa tinham sido os melhores da vida dele. E, quando lhe contei que era o meu objetivo seguir esses passos, ele ficou cheio de orgulho", conta com a emoção a crescer-lhe no peito. Diz que foi ele a sua força e fonte de inspiração. "Ajudou-me a treinar, a preparar-me para as provas de admissão. Podia não acreditar mais ninguém em mim, mas ele nunca duvidou." Então, se escrevemos uma reportagem sobre os lusodescendentes que integram as tropas no Grão-Ducado, bem podemos começar por aqui. Pelo pai de Diana, transmontano de Montalegre, militar no Exército português e inspiração para a filha seguir-lhe os passos no centro da Europa.
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