A Fundação de Serralves inaugura esta quarta-feira, às 19 horas um ciclo de conversas "Arquitetura a nu" entre Álvaro Siza e William J.R. Curtis. A iniciativa tem curadoria de António Choupina e irá desenvolver-se em várias sessões durante os próximos meses, ocupando diferentes galerias da Ala Álvaro Siza.
A primeira sessão focar-se-á nas lições perenes e transversais ao corpo de obra de Siza - das seminais piscinas em Leça da Palmeira até ao seu primeiro museu em Santiago de Compostela -, seguidas de uma conversa sobre a aproximação e reação à expansão do conjunto da Fundação de Serralves.
Do diálogo entre o público e conceituados académicos, arquitetos, engenheiros, fotógrafos e poetas, nacionais e estrangeiros, espera-se desvendar novos significados para este espaço, captando, redefinindo e lendo tanto o seu passado como o seu futuro através da arquitetura.
Habitualmente um museu tem conteúdo, uma coleção, exposições, mas o que se passa quando o conteúdo está ausente, quando a arquitetura está a nu? É ainda didático; já é valioso por si só? É certo que o simples acesso ao mundo da Beleza, em qualquer formato, deveria ser já condição suficiente para justificar a sua existência e uma homenagem ao autor.
A nu, não consegue esconder a (im)perfeição; revela a verdade, a essência das coisas, dando sentido ao mundo por o enquadrar e antecipar. Afinal, a arquitetura não é apenas um edifício, mas também toda a possibilidade imaginada ou prática cultural que esculpe a arte e a vida. Para reconhecimento dessa presença poderosa e constante, bem como do seu arquiteto, a Fundação de Serralves optou por assumir o aparente vácuo, preenchendo, mobilando e vestindo o espaço lentamente com programação.
O ciclo de conversas e visitas dedicadas à arquitetura: Arquitetura a Nu / Naked Architecture, decorrerá regularmente na recém-inaugurada Ala Álvaro Siza ao longo dos próximos meses, até à abertura ao público das exposições dedicadas à Coleção de Serralves e a Álvaro Siza, no início do próximo ano.
William J.R. Curtis, conhecido historiador de arquitetura, é um dos mais respeitados críticos de arquitetura, desenho, fotografia ou qualquer outro meio de expressão visual. A sua própria incursão na prática artística (criações conhecidas como 'Paisagens Mentais') foi apoiada por uma espécie de 'tio', cujo nome é Álvaro Siza e cuja obra agora (re)descobrimos.
Em reconhecimento das suas atividades profissionais, Curtis recebeu vários prémios internacionais, incluindo a Medalha de Ouro da Tau Sigma Delta Honor Society in Architecture and Allied Arts (EUA), em 1999; a Medalha de Comemoração dos 50 Anos do Museu de Arquitetura Finlandesa, em 2006; o Prémio de Ouro pela Contribuição Global para a Arquitetura (Índia), em 2014; e a Médaille de l'Académie d'Architecture (França), em 2022.
