O que estes sinais nos dizem é que as convicções das autoridades governamentais sobre a visão para o futuro do nosso Alentejo, do nosso Distrito e de cada um dos seus Concelhos são frágeis, aparentemente não concertadas internamente e muito dependentes das circunstâncias e do sentido para onde sopra o vento.
Perante esta constatação, quem elegemos para nos representar na Assembleia da República, nos Municípios e nos órgãos intermunicipais tem que estar particularmente atentos e proativo. Verdade seja dita que alguns o têm feito com empenho e ajudado a travar processos e intenções lesivas para a nossa terra, para o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos e para a sua dinâmica económica, social e cultural.
Remediar é muitas vezes necessário, mas como diz o povo na sua sabedoria imensa, prevenir é o melhor remédio. Com a parceria da corajosa e imprescindível da comunicação social local e regional, que com muitas dificuldades e sacrifícios, continua a ser um esteio da democracia, da pluralidade e da informação, a nossa região tem que ter mais voz e mais vozes a afirmar a sua centralidade e o seu potencial, não apenas para quem nele quer viver e investir, mas para todo o País e para o reforço das ligações políticas e económicas da União Europeia com o Arco Atlântico e com a bacia Mediterrânica.
Se nos querem esquecer temos que ser nós a levantar a voz. O contraditório quotidiano em defesa dos diferentes projetos políticos é saudável e legítimo, mas não deve impedir a convergência numa perspetiva de médio e longo prazo, em que aquilo que enquanto Alentejanos nos une, é suficientemente forte para suplantar aquilo que nos divide.
Defender o Alentejo é um desafio coletivo, em que deixar andar ou optar por registos politiqueiros constitui um veneno silencioso. Um veneno a que não podemos soçobrar.