2023-12-14 (IPMA)
O Dubai recebeu este ano os países-membros da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) para aquela que foi a 28ª edição da Conferência das Partes (COP). Após duas semanas de intenso trabalho, e agora terminadas as negociações, o IPMA congratula-se com o acordo alcançado, que marca "o inicio do termino de uma era baseada nos combustíveis fósseis".
A ligação entre o oceano e o clima há muito que é conhecida da comunidade cientifica, considerando a função do oceano como regulador climático à escala global. Não obstante, foi apenas a COP25, na que ficou conhecida como COP azul, que trouxe verdadeiramente o oceano para a agenda política do clima. Um outro marco relevante foi a publicação pelo IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change, em 2022, do relatório "The Ocean and Cryosphere in a Changing Climate".
O IPMA enquanto Laboratório de Estado, com funções fundamentais no conhecimento e monitorização do oceano e atmosfera, acompanha e colabora com a comunidade cientifica nacional e internacional procurando aprofundar o conhecimento do oceano e ter um papel de relevo na interligação entre o conhecimento cientifico e a sua utilização em suporte às políticas públicas.
Desta forma, o IPMA marcou presença na COP28 no Dubai com uma agenda que aprofundou a cooperação com as suas congéneres a nível mundial, reforçou os laços com os países lusófonos e promoveu o oceano como principal regulador climático.
O IPMA foi a única instituição portuguesa parceira na organização do Pavilhão do Oceano na COP 28, fruto de um trabalho já longo com a Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), uma instituição de referência no panorama mundial no que se refere à investigação do oceano.
Foi neste Pavilhão que se encontrou com a comunidade internacional focada na relação entre o oceano e o clima e promoveu Portugal e o IPMA como agentes de conhecimento para a salvaguarda da sociedade em contexto de mudança climática.
José Guerreiro, Presidente do Conselho Diretivo do IPMA, foi orador num painel organizado pela INCOIS - Indian National Centre for Ocean Information Services, congénere do IPMA na India, dedicado à importância dos sistemas de observação do oceano, e no pavilhão de Moçambique, num painel dedicado à gestão da zona costeira. Fátima Abrantes, investigadora sénior do IPMA na área da paleoceanografia, esteve num painel que se focou no importante papel da mulher na ciência dedicada ao oceano. Houve ainda oportunidade para marcar presença noutros Pavilhões como o de Portugal e Angola.
Este foi mais um passo na promoção e afirmação do IPMA a nível internacional, tendo presente a importância fulcral de estabelecer e aprofundar parcerias estratégicas de base cientifica. O oceano é só um e as funções que desempenha no sistema climático são globais. Mas o oceano é ainda um desconhecido. É em prol do aumento do conhecimento sobre o oceano, e da sua utilização no apoio à decisão, que a equipa do IPMA atua 24 horas, todos os dias do ano.