A Universidade de Évora (UÉ) pretende criar novas instalações para a sua Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano junto ao futuro Hospital Central do Alentejo, em construção na cidade alentejana, revelou hoje a reitora da academia.
Este projeto, indicou à agência Lusa a reitora Hermínia Vasconcelos Vilar, está pensado para um terreno, propriedade do Estado português, com uma área de quatro hectares e situado junto do futuro hospital.
«É o faz sentido para que o hospital lucre com a proximidade da escola e a escola também lucre com a proximidade do hospital», ou seja, esta vizinhança vai «facilitar a articulação entre os alunos e as valências do futuro hospital», afirmou.
Hermínia Vasconcelos Vilar adiantou que a academia já iniciou negociações com a Estamo, a gestora de imóveis públicos que recentemente sucedeu à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), para a cedência do terreno.
«Há concordância da Estamo» para a cedência do terreno à UÉ, referiu, salientando que a academia alentejana também já avançou com o pedido de autorização ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para prosseguir com a operação.
A reitora realçou que a elaboração do projeto tem financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), escusando-se avançar, para já, com mais pormenores sobre investimento e datas.
Segundo a responsável, a ideia é que as futuras instalações juntem no mesmo espaço as escolas de Saúde e Desenvolvimento Humano e Superior de Enfermagem São João de Deus da UÉ, esta atualmente situada junto ao Hospital do Espírito Santo de Évora.
Assim, enumerou, esse edifício acolherá os cursos da Escola de Enfermagem e as licenciaturas em Ciências do Desporto, Reabilitação Psicomotora e Ciências Biomédicas e o mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas, da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano.
«E, no futuro, também esperamos que possa vir a albergar o curso de Medicina», acrescentou Hermínia Vasconcelos Vilar.
Atualmente, disse, a parte teórica dos cursos da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano é lecionada no Colégio Luís António Verney, no centro histórico, e a parte laboratorial no polo da Mitra, a alguns quilómetros da cidade.
A reitora da UÉ lembrou as declarações do primeiro-ministro, António Costa, em junho passado, aquando de uma visita às obras do novo hospital, no âmbito da iniciativa na iniciativa "Governo Mais Próximo".
Na altura, o chefe do Governo desafiou a reitora da UÉ e a presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS), Maria Filomena Mendes, a pensarem na possibilidade de o novo hospital abarcar a formação de médicos.
Por seu turno, a presidente da ARS do Alentejo indicou hoje à Lusa que «o terreno situado junto do novo hospital é do Estado e vai ser cedido para a Escola de Saúde» e Desenvolvimento Humano.
Maria Filomena Mendes defendeu que essa escola até poderia «englobar uma escola médica», para formar clínicos, além de outros profissionais da área da Saúde, e que o novo Hospital Central do Alentejo poderia «ser um hospital universitário».
O futuro hospital, em construção na periferia de Évora, deverá ter 360 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, se necessário, até 487.
A nova unidade, cujas obras estão agora previstas terminar no final de 2024, custa mais de 200 milhões de euros e vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
Sul Informação https://ift.tt/rPjwv1M