A perseguição às bruxas foi um fenómeno que envolveu a acusação, o julgamento e a execução de milhares de pessoas, principalmente mulheres, por supostamente praticarem magia maligna com a ajuda do demônio. Esse processo foi liderado pela Igreja Católica, que criou tribunais especiais chamados de Inquisição para combater a heresia e a feitiçaria. A caça às bruxas começou no final do século XV e se estendeu até o século XVIII, atingindo seu auge entre os séculos XVI e XVII.
As bruxas eram geralmente mulheres pobres, solitárias, idosas ou com alguma deformidade física, que viviam à margem das aldeias e exerciam funções de curandeiras, parteiras, adivinhas ou terapeutas, usando ervas medicinais e rituais mágicos.
Elas eram vistas como uma ameaça pela sociedade patriarcal e pela Igreja, que as considerava agentes de Satã e culpadas por causar doenças, pragas, colheitas ruins, esterilidade, impotência, abortos, tempestades e outros males. As bruxas eram denunciadas por seus vizinhos, familiares, padres ou autoridades locais, e submetidas a interrogatórios, torturas e provas para confessar sua culpa e revelar seus cúmplices.
Muitas vezes, elas eram obrigadas a assinar um pacto com o diabo, que era usado como prova de sua condenação. As penas variavam desde o açoitamento, o exílio, a prisão perpétua até a morte na fogueira, que era o método mais comum de execução. Estima-se que entre 40 mil e 60 mil pessoas foram mortas por bruxaria na Europa durante a Idade Média, sendo que cerca de 80% delas eram mulheres.
Alguns dos países mais afetados foram a Alemanha, a França, a Suíça, a Escócia e a Inglaterra. A perseguição às bruxas diminuiu no final do século XVII, devido à mudança de mentalidade, ao avanço da ciência, ao questionamento da autoridade da Igreja e à crítica dos métodos inquisitoriais. Hoje, as bruxas são vistas como vítimas de uma injustiça histórica e de uma violência de gênero, e são reivindicadas por movimentos feministas e neopagãos como símbolos de resistência e sabedoria.
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