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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Artistas Unidos Newsletter



E ensaiamos FINAL DO AMOR de Pascal Rambert, que apresentamos de 9 a 25 de Maio, no Teatro Meridional. De 10 a 13 de Abril, OS POSSESSOS apresentam VICTOR OU AS CRIANÇAS NO PODER de Roger Vitrac  - uma co-produção Artistas Unidos, TNSJ - no TeCA - Teatro Carlos Alberto, no Porto. Na 3ª 29 de Abril pode ouvir FRÁGIL de David Greig na Antena 2 - Teatro Sem Fios. Em Abril, teremos novos Livrinhos de Teatro na nossa livraria, regressamos a Nathalie Sarraute e publicamos pela primeira vez Vladímir Maiakovski.

Continuamos a lutar por UMA CASA PARA OS ARTISTAS UNIDOS.   
#umacasaparaosartistasunidos 

 

A LOVE SUPREME de Xavier Durringer

Fotografia © Jorge Gonçalves

FINAL DO AMOR de Pascal Rambert Tradução Victor de Oliveira Versão cénica Nuno Gonçalo Rodrigues Com Inês Pereira e Pedro Caeiro Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Assistência de cenografia Francisco Silva Luz Pedro Domingos Som André Pires Assistência de encenação Diana César Encenação Nuno Gonçalo Rodrigues M14  
 
No Teatro Meridional de 9 a 25 de Maio 
4ª a Sáb. às 21h00 | Dom. às 17h00

 

ELE  estamos no dia do Dakota Building 
         minutos antes da queda na lama na 
         neve no sangue 
         daqui a alguns minutos um de nós 
         vai-se abaixo vai cair na neve com 
         a mão na barriga 
Pascal Rambert, Final do Amor 

Um homem e uma mulher abordam a sua separação, falam do que foi, mas sobretudo do que é. Com um fluxo ininterrupto de palavras, em sucessão de perguntas e respostas, com falta de ar, numa maratona entre o medo e a libertação, entre a banalidade e o lirismo, entre a crueza e o subterfúgio, entre a trivialidade e a grandiosidade, vamos ao âmago da dor. 
Perante a brutalidade de um verbo omnipresente, perante a incrível rigorosidade de uma peça fria e assassina, temos um duelo impiedoso. Um duelo retórico que ziguezagueia entre a dor da separação e a comicidade das emoções universais e do nosso narcisismo. As armas são as mesmas, mas não as usam da mesma forma. Dois silêncios, dois corpos, duas formas de falar sobre um amor que morre. 
é o dia do Dakota Building


Nuno Gonçalo Rodrigues

 

Fotografia © Jorge Gonçalves

VICTOR OU AS CRIANÇAS NO PODER de Roger Vitrac Tradução Jorge Silva Melo Com André Pardal, Ana Amaral, António Simão, Catarina Rôlo Salgueiro, Inês Reis, Isabel Costa, Henrique Gil, Leonardo Garibaldi, Leonor Buescu, Mia Tomé e Rafael Gomes Cenografia Bruno Bogarim Figurinos Sara Loureiro Luz Diana dos Santos Som Tiago Raposinho Coordenação Técnica Diana dos Santos Assistência de cenografia Joana Oliveira Assistência de encenação Leonor Buescu Produção executiva Joana Silva Co-Produção Os Possessos, Artistas Unidos, TNSJ Encenação João Pedro Mamede M16

No Porto, no TeCA - Teatro Carlos Alberto de 10 a 13 de Abril 
5ª e Sáb. às 19h00 | 6ª às 21h00 | Dom. às 16h00 

VICTOR  Mas digo-te hoje, 12 de Setembro, Dia de São Leôncio, que não espero mais um ano para ser adulto. Estou decidido a ser alguém e é já. 
LILI  Ouve só, Victor… 
VICTOR  Sim, alguém! Um homem diferente. 
Roger Vitrac, Victor ou as Crianças no Poder 


Victor, uma criança "terrivelmente inteligente", insurge-se contra o conformismo da sociedade que o rodeia – a de 1909 – neste divertimento dadaísta de 1928, explodindo com convenções sociais e familiares, reclamando liberdade.  

João Pedro Mamede

 

UMA SOLIDÃO DEMASIADO RUIDOSA

Fotografia © Jorge Gonçalves

FRÁGIL de David Greig 
Tradução Pedro Marques 
Sonoplastia André Pires 
Com Pedro Carraca e vozes de António Simão, Diana César, Helder Bráz, Joana Calado e Joana Pajuelo 

Na Antena 2, a 29 de Abril 
3ª às 19h00 

Frágil alista os espectadores numa comunidade de participantes, colocando-os cara a cara e responsabilizando-os por uma inflexível exigência ética perante o Outro. Através de Jack, a precariedade é colocada em primeiro plano. Através do seu comprometimento coral e colectivo no espectáculo, os espectadores podem vir a assumir a necessidade de responder ao "outro vulnerável", e tomar responsabilidade pelas suas acções e compromissos políticos, como um passo para o alcance da mudança social. 

Adoro ir ao centro. – Se alguma coisa me aborrece no sábado, no domingo ou na segunda – penso – não te preocupes – na terça vais ao centro. 
David Greig, Frágil

 

 

Assinatura LIVRINHOS DE TEATRO

 

Em Abril, temos novos Livrinhos de Teatro na nossa livraria.

 

A sair em ABRIL


Livrinho de Teatro Nº 187 

Nathalie SarrauteIsma ou o que se chama nada

 

O teatro original de uma das maiores escritoras do século XX: "Nas minhas peças, – diz Sarraute – não há acção, foi substituída pelo fluxo e refluxo das palavras".
 

NATHALIE SARRAUTE, de seu nome verdadeiro Natalyia Tcherniak, nasceu em Ivanovo (perto de Moscovo), na Rússia, a 18 de Julho de 1900, numa família letrada da burguesia judia. Após o divórcio dos pais, a mãe leva-a para Paris, onde frequenta a primária. Irá partilhar a infância entre Paris e São Petersburgo. Tem uma educação cosmopolita, estuda inglês e história em Oxford, sociologia em Berlim e finalmente direito em Paris. Em1925, casa com Raymond Sarraute, colega de faculdade. Exerce a profissão de advogada até ser afastada dos tribunais em 1941, pelas leis nazis. Em 1932, escreveu o seu primeiro livro, a recolha de curtas narrativas que intitulou Tropismes, obra que veio a ser muito elogiada por Max Jacob e Jean-Paul Sartre, aquando da sua publicação, em 1939. Será Sartre quem, em 1947, irá prefaciar o seu Portrait d'un inconnu, lançando com ele a tese do "anti-romance". Mas é com a publicação de Martereau em 1953 que começa o seu reconhecimento, associado à prestigiosa Gallimard  que será sempre a sua editora. En 1956, publica o ensaio A Era da Suspeita, texto fundamental na renovação que veio a ser operada no romance. E continua a publicar obras como Planétarium (1959), Entre la vie et la mort (1968), Vous les entendez (1972), Disent les imbéciles (1976), L'Usage de la parole (1980), Enfance (1983), Tu ne t'aimes pas (1989), Ici (1995), Ouvrez (1997). Em 1963, foi-lhe atribuído o Prix international de littérature pelo romance Les Fruits d´Or. E é neste ano, por insistência de uma rádio alemã, a Süddeutscher Rundfunk, que, Sarraute inicia a sua obra teatral com Le Silence, a que se segue Le Mensonge (1966), As duas peças inauguram, em 1967, o Petit Odéon, com direcção de Jean-Louis Barrault. Seguem-se Isma em 1970, C'est beau em 1975,  Elle est là em 1980, e finalmente Pour un oui ou pour un non, em 1986. Morreu aos 99 anos quando escrevia um novo texto para teatro. 

 

Livrinho de Teatro Nº 188 

Vladímir MaiakovskiO Percevejo 

 

Figura maior da avant-garde, para quem arte e política deviam andar sempre lado a lado, Maiakovski ficou mais conhecido pela sua poesia, mas o seu génio foi bem mais longe, também no teatro. 
 

VLADÍMIR MAIAKOVSKI nasceu a 19 de Julho de 1893. Conhecido como "o poeta da Revolução", foi um poeta, dramaturgo e teórico russo, um dos maiores do século XX. Fortemente influenciado pelo movimento revolucionário russo, ingressou, aos quinze anos, na organização bolchevique do Partido Social-Democrático Operário Russo. Entrou na Escola de Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador da sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do cubo-futurismo russo. Entrou frequentemente em choque com os "burocratas" e com os que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas. Foi um homem de grandes paixões, arrebatado e lírico, épico e satírico ao mesmo tempo. Oficialmente, suicidou-se com um tiro em 1930. Tal facto foi questionado, pois estaria a ser pressionado pelos programas oficiais que desejavam instaurar uma literatura simplista e realista, havendo perseguição a antigos poetas revolucionários.

 

 

 

Os ARTISTAS UNIDOS, vêem-se, uma vez mais, sem um espaço de trabalho e de apresentação. 

Em 2011, sediaram-se no Teatro da Politécnica, num protocolo de aluguer com a Universidade de Lisboa. Ao fim de 13 anos de portas abertas ao público, foram mais de 130 espectáculos que aqui se apresentaram, entre espectáculos próprios, co-produções e acolhimentos. A 31 de Julho de 2024 fechámos portas, sem perspectiva sobre "onde vamos morar", citando o título de um espectáculo da companhia. Sobre  onde nos será possível voltar a receber artistas, amigos, espectadores, autores, sobre onde estaremos a ensaiar e para onde ensaiamos. 

A não existência de um teatro para os ARTISTAS UNIDOS condenará a sua acção e intervenção, mais uma vez, a uma situação de itinerância e precariedade insustentáveis às características da sua actividade, impossibilitando tanto a permanência da equipa contratada, como a continuidade da sua acção cultural e artística. 

Os ARTISTAS UNIDOS completam 30 anos de existência em Setembro de 2026.