CENDREV Balanço de Atividades 2022 O Cendrev aproxima-se a passos largos de cumprir meio século de atividade ininterrupta nos âmbitos da criação e difusão cultural, sem esquecer a formação teatral. Desde o mês passado que se contam 48 anos desde o dia histórico em que Mário Barradas, acompanhado por vários atores, atrizes e técnicos, chegou à capital alentejana com o intuito de dar à luz o primeiro projeto de Descentralização Teatral em território português: o Centro Cultural de Évora, mais tarde Centro Dramático de Évora. Somam-se a este empreendimento o privilégio e a responsabilidade de administrar o Teatro Garcia de Resende. Cuidamos dele diariamente e damos-lhe vida ao trazer ao palco as mais variadas expressões artísticas – não só teatro, mas também dança, música e até circo – servindo assim a cidade e a região. Queremos proporcionar o usufruto da arte, na vertente que for mais querida ao nosso público, como linha de base para o crescimento continuado da comunidade, plantando pelo caminho as sementes para um pensamento que se quer livre e seguindo em direção ao ano de 2027, pelo qual todos ansiamos. Ao peso desta responsabilidade acresce a necessidade de ser transparente para com todos acerca das atividades que desenvolvemos, principalmente ao cabo do primeiro ano de implantação do programa de apoios à programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses/Direção-Geral das Artes, em parceria Câmara Municipal de Évora. O Teatro Garcia de Resende vive agora uma nova fase como equipamento credenciado, integrando uma rede com cerca de 80 outras instituições culturais espalhadas pelo país. Desta forma, não esquecendo as raízes, mas de olhos voltados para o futuro, apresentamos os números relativos a 2022. O Cendrev realizou 94 sessões que abrangeram 5147 espectadores. Este conjunto de sessões foram levadas a cabo com os espetáculos "Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim" de Federico García Lorca, "Floresta de Enganos" e "Embarcação do Inferno" de Gil Vicente, "(R)Existir", uma criação CENDREV/Teatro Niño Proletario (que incluiu uma sessão online), "Jeremias Peixinho" de Mohamed Rouabhi e ainda com os Bonecos de Santo Aleixo. Destas apresentações, 50 foram realizadas em Évora e 44 em digressão que levaram o Cendrev a Sintra, freguesias do concelho de Alandroal (Capelins, Terena), Borba (Rio de Moinhos, Orada), Estremoz (Arcos, Veiros) e Vila Viçosa (Bencatel, São Romão), Barcelona, Moura, Lisboa, Coimbra, Caldas da Rainha, Los Santos de Maimona, Cádiz e Miragaia – Porto. No que concerne à atividade dos Bonecos de Santo Aleixo, destacamos a distinção com o Prémio de Mérito Cultural Henrique Delgado, atribuído a entidades relevantes no teatro de marionetas em Portugal, bem como a exposição que os levou a Espurnes Barroques (Barcelona) com 500 visitantes; as quatro oficinas com 424 espectadores e o projeto Reativar Memórias dos Bonecos, com apoio da CIMAC, que se realizou nas supramencionadas 8 freguesias rurais dos concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal. A companhia iniciou o ciclo de conversas "Salão: Um Espaço Desempoeirado", um espaço de debate artístico que brindou 163 espetadores nas suas 8 sessões, e celebrou a sua já longa vida com a exposição "Cendrev - 47 anos em Cena" na Escola Superior de Teatro e Cinema, com 550 visitantes. Essa experiência motivou o convite da Art' Imagem para participar nas Jornadas 40 Anos de Teatro em Portugal. Houve uma outra longa vida a celebrar, a dos 130 anos do Teatro Garcia de Resende, e nesse âmbito foram realizadas 3 visitas ao interior do Teatro onde estiveram 337 espetadores, assim como 5 oficinas, orientadas por Rui Rebelo e Rafaela Covas, onde se inscreveram 75 pessoas. Para além desta iniciativa, realizaram-se igualmente 25 visitas guiadas ao edifício que abrangeram outros 570 visitantes. O Cendrev encontra-se a gerir a programação do espaço em que reside, graças ao apoio da RTCP/DGArtes/CME, tendo programado 66 sessões às quais assistiram 5908 espectadores. Nestas sessões contam-se as áreas de Dança (16), Teatro (18), Música (21), Marionetas (3), Circo (5) e Espetáculos Multidisciplinares (3). Foram da mesma forma acolhidas três conversas, um lançamento de livro, uma masterclasse de música erudita, três oficinas (de Teatro/Clown, de Danças Tradicionais e de Escrita, que incluiu uma residência de 15 participantes durante uma semana) e a Exposição "Magnólia", Figurinos de Vera Castro, numa parceria com a Escola Superior de Teatro e Cinema. Não esquecendo que somos a principal sala de espetáculos da cidade, abrimos também as nossas portas a festivais como o FIDANC ou o Imaterial. Aproveitamos a ocasião para tornar a realçar e agradecer a parceria com a Câmara Municipal de Évora, cujo apoio logístico e financeiro é extremamente valioso. Estamos cientes da singularidade de que a gestão do Teatro Garcia de Resende esteja a cargo de uma companhia de teatro, o que acarreta a existência de dois objetivos distintos: a gestão e programação artística, por um lado, e a atividade de criação da própria companhia, por outro. Damos o nosso melhor para que não existam entraves à execução de cada uma destas missões e sabemos que é um reconhecimento do savoir faire de uma das mais antigas companhias do panorama teatral português, o que obriga a demonstrar a aptidão para pôr em prática uma programação artística regular e multidisciplinar de qualidade. O resultado feliz deste modelo é demonstrado através dos números acima indicados, colocando o Teatro Garcia de Resende como uma das principais salas a nível nacional, mantendo ao mesmo tempo fortes laços artísticos em termos internacionais. |