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terça-feira, 4 de junho de 2024

Planeta. Agora todos juntos: pla-ne-ta

 
Edição por Ana Maria Pimentel

Volta e meia o mundo vai-se lembrando que precisa de tomar conta da casa onde vive sob pena de não ter uma num amanhã próximo. De forma mais ou menos alarmista, mais ou menos irresponsável, vai-se olhando para as catástrofes mundiais e pensando "e se fosse aqui?". Mas o "aqui", está a ficar cada vez mais perto e sê-lo-há cada vez mais se nada for feito.

Ainda hoje, a chuva forte e trovoada que se abateram em parte do arquipélago nos Açores obrigaram as autoridades a realojar famílias na Terceira e em São Miguel por causa de inundações. Numa versão aumentada desta realidade, no Panamá, uma ilha foi engolida pelo mar. E agora? Agora "a vida continua", mas não pode ser ali. E, desde ontem, que todos os habitantes de Cartí Sugdupu, uma das 365 ilhas do arquipélago caribenho de Guna Yala, começaram a mudar-se gradualmente para o continente.

E nada na realidade panamenha é um acaso, na origem estão as alterações climáticas. E na origem das alterações climáticas a ação humana. Uma série de eventos em cadeia que, no final mais trágico, fazem com que pessoas fiquem desalojadas. E tudo pode começar com uma ação tão simples quanto a destruição de um habitat, como acontece todos os anos com os incêndios em Portugal. Ainda hoje a Guarda Nacional Republicana fez saber que registou desde o início do ano e até 31 de maio 533 crimes de incêndio florestal, fez 16 detenções e identificou 131 suspeitos, no âmbito da operação "Floresta Segura 2024".

As alterações climáticas deixaram de ser uma questão de fé, para ganhar lugar no terreno científico. E se o fenómeno 'El Niño,' de 2023/24,  impulsionou o aumento das temperaturas globais e das condições meteorológicas extremas no mundo, agora está a dar sinais de acabar avançou a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Pela frente, espera-se outro fenómeno meteorológico 'La Niña' que pode chegar em breve, acompanhado de temperaturas mais amenas, depois da onda de calor alimentada pelo 'El Niño', com recorde de temperatura superado a cada mês durante um ano.

A OMM salienta, no entanto, que o padrão climático cíclico 'El Niño' Oscilação Sul - que inclui os fenómenos opostos 'El Niño' e 'La Niña' - acontece agora no contexto das alterações climáticas induzidas pelas atividades humanas que "estão a aumentar as temperaturas globais, a agravar as condições meteorológicas e climáticas extremas e a afetar os padrões sazonais de chuva e temperatura".

Num ano de eleições e de mudanças no mundo é bom que em conjunto gritemos todos "planeta" para ver se continuamos a ter um para habitar.

*Com Lusa e AFP