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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Prato cheio é prato português


Paula Freitas Ferreira Paula Freitas Ferreira
Editora

"Vocês comem mesmo tudo isso?". A pergunta saiu da boca da minha amiga Amy, inglesa de Londres a morar em Portugal, para quem um almoço era uma sandes e não percebia esta "mania" que os portugueses têm de almoçar sopa, prato, sobremesa e café, às vezes um digestivo a rematar para embalar a tarde.

Ri-me. Gosto de nos ver sobre o prisma de quem não cresceu com o Nesquick ao matabicho, o Tulicreme no pão do lanche, a sopinha sempre antes do jantar. E, por isso, não anseia pelo junho das cerejas, pelo outono da marmelada, pelas couves do Natal.

O tempo passou e a minha amiga inglesa está cada vez mais portuguesa: já estranha quando o prato chega pela metade da dose a que se habituou – o que acontece muito em Lisboa, mas raramente no Porto.

Os portugueses gostam de comer e desconfiam se o prato não chega à mesa a transbordar. Defeito nosso, talvez herança dos muitos anos da divisão da sardinha e das sopas com pão velho pela manhã. Não há fome que não dê em fartura, verdade?

Há quem queira mudar esta visão de que prato bom é prato cheio e a mudança pode acontecer precisamente no Grão-Ducado. Apostar na apresentação em vez do prato-montanha é a proposta da Confraria dos Sabores Portugueses no Luxemburgo. Leia a reportagem sobre o encontro que aconteceu no país no fim de semana passado. E bom apetite!

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