Ciclo de subida de desemprego mantém-se desde novembro de 2022 — o maior ciclo de agravamento desde a troika. São os mais jovens, em particular, que se encontram novamente entre os mais afetados.
É um ciclo de subida que dura há quase um ano, de acordo com os novos dados oficiais apurados até setembro, divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O novo relatório confirma que já se acumulam 11 meses seguidos — desde novembro de 2022 — de aumento no capítulo do desemprego. E são os jovens, em particular, que se encontram novamente entre os mais afetados.
Este cenário será o maior ciclo de agravamento de desemprego desde o passado recente de dificuldades económicas severas que levaram à intervenção externa da troika e à implementação de medidas de austeridade pelo governo do PSD-CDS, relembra o Dinheiro Vivo.
Nessa altura, o agravamento do desemprego durou quatro anos e meio — entre o início de 2009 e meados de 2013 — sem interrupção.
Números mais recentes do IEFP também revalidam este cenário: a subida do desemprego não era tão agressiva desde a troika — no final dos primeiros nove meses deste ano, estava a aumentar a um ritmo que ultrapassava já os 4%. Sem contar com o auge da pandemia, a atual subida homóloga acumulada do desemprego registado pelo IEFP é a pior desde julho de 2013.
É no alojamento e restauração (mais 1254 casos), nas atividades imobiliárias (mais 8587 desempregados), na indústria do couro (mais 969) e nas fábricas de vestuário (mais 1137 casos) que se registam os maiores aumentos de desemprego.
No entanto, a economia ainda tem a capacidade de gerar empregos — em termos homólogos subiu 1,2% face a setembro de 2022.
Mas há um problema novo: o volume de emprego caiu entre agosto e setembro, algo que é bastante raro de acontecer nesta altura do ano.
Esta situação, destacada após análise dos dados do INE pelo Dinheiro Vivo, sugere uma tendência desfavorável no mercado de trabalho português.
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